Peço àquela mulher
de mais de cem anos
com uma caixa de vidro
nas mãos
que me conte um pouco da sua imensa
e incrível história.
Ele me fala de dentro do meu sonho:
-Incrível é você sonhar comigo
todas as noites
e só agora se dar conta
de que isso acontece
há inúmeras existências.
Ao abrir a caixa de vidro,
deixa cair uma foto
que parece ser minha
em outra dimensão.
Eu me reconheço
mesmo sabendo
que aquele menino na foto
não sou eu
pelo menos não nessa precária e estreita
existência
que tem só uma rua
irregular
que desaparece
quando tento ler a placa
com o seu nome
na primeira esquina
distante
e esquiva.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
ESPELHOS
Um espelho
dentro do outro
que contém
milhares de espelhos mínimos
refletindo
a eternidade
essa palavra tão
abstrata
e sólida
e orgânica
e concreta
que, mesmo dividida em mil partes,
sobrevive do outro lado do abismo
intacta
como se não tivesse sofrido
nenhum abalo.
dentro do outro
que contém
milhares de espelhos mínimos
refletindo
a eternidade
essa palavra tão
abstrata
e sólida
e orgânica
e concreta
que, mesmo dividida em mil partes,
sobrevive do outro lado do abismo
intacta
como se não tivesse sofrido
nenhum abalo.
ESTRANHO RUIR
Estranho ruir do pensamento
uma casa que cai
mas há outra sendo erguida
no segundo seguinte
para sustentar esse tear
de ideias
que não cessa o seu fluxo
infinito.
uma casa que cai
mas há outra sendo erguida
no segundo seguinte
para sustentar esse tear
de ideias
que não cessa o seu fluxo
infinito.
SER A NÃO PALAVRA
Ser a não palavra
a despalavra
a palavra no deserto
gritando para ninguém
o seu drama
e o seu enigma.
a despalavra
a palavra no deserto
gritando para ninguém
o seu drama
e o seu enigma.
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